quarta-feira, 6 de julho de 2016

Sozinho

                 

Sabe aquela velha história de sentar numa cadeira de um de bar, sozinho e beber aquela cerveja só você e mais ninguém? Não, provavelmente não, porque você nunca fez isso. 

Ou nem pensa em fazer... Certo? Pois é...Eu diria, aliás, que já fiz muito essa tal proeza nos meus vinte e cinco anos de existência. Não numa mesa de bar, tomando algo. Já fui caminhar, fui em hamburgueria, e, principalmente, fui ao cinema sozinho. Não por falta de companhia! Se eu chamasse alguém, certamente teria companhia. Talvez, isso seria a chave do autoconhecimento. Pensa! Conhecer a si próprio, para muitos, é a maior questão do mundo. Se você chegar pra qualquer pessoa do seu círculo de amizades ou da sua escola ou do seu bairro, e perguntar se elas se "autoconhecem", vai ganhar uma resposta tímida e ligeira: "Acho que sim".

Sou um homem livre – e preciso da minha liberdade. Preciso estar 
sozinho. Preciso meditar na minha vergonha e no desespero em retiro; 
preciso da luz do sol e das pedras do calçamento das ruas sem 
companheiros, sem conversação, frente a frente comigo, apenas com a 
música do meu coração como companhia. Que querem vocês de mim? Quando 
tenho algo a dizer, ponho-o em letra de forma. Quando tenho algo a dar, 
dou-o. Sua curiosidade indiscreta faz virar meu estômago! Seus 
cumprimentos humilham-me! Seu chá envenena-me! Nada devo a ninguém. 
Seria responsável somente perante Deus – se Ele existisse!

No momento, estou no ponto de ônibus, à espera. São 22h45, de um domingo, 3 de julho. Sozinho, sem nenhuma pessoa conhecida. Só desconhecidos à espera de um ônibus para chegar em casa. Vou escrevendo esse texto do "nada". Acabo de sair do cinema, acompanhado de dois amigos. Não era meu plano. Na verdade, a minha ideia inicial era ficar em casa, sozinho e não sair. Iria terminar uma série que tinha começado(“Orange is The new Black”) e, por fim, iria ler um livro emprestado e fazer anotações interessante sobre ele. Não queria ter contato com ninguém! Hoje não! Nem whatsapp, 
nem nada. No final, fui vencido e saí.

O que difere uma companhia e estar sozinho? Às vezes tudo, às vezes nada. Hoje vi no Facebook um post de uma pessoa falando exatamente sobre sair sozinho. Vi que não era o único! Curti a ideia. Ele pensa como eu, se você observar. Na verdade, podemos até pensar diferente. Cada um com sua filosofia de pensamentos. O que vale mais pra você: uma multidão de amigos, ou uma ou duas pessoas pra conversar sobre tudo, ou somente você? Com pensamentos no auto (ou, talvez, pensamentos aéreos ou desinteressantes) e sem se preocupar em falar algo bom e compreensível. Sei lá, para mim depende do dia, da hora e do lugar.

São 22h49 e continuo aqui. Certamente, se tivesse tirado carteira de motorista já  estaria em casa terminando os últimos quatro episódios da minha série. Ou estaria na casa de algum amigo, jogando conversa fora. Ou, melhor, estaria andando com meu carro velho, sem rumo e olhando os bares vazios em pleno domingo. Mas como não tenho carro, fico à espera: escrevendo, pensando nas palavras certas e no que usar. Me sinto inspirado e então continuo a escrever no bloco de notas do celular, com muita animação!

Sabe, um tempo atrás, conversando com um amigo, ele disse que está com essa 
ideia: ir ao cinema sozinho, beber em um bar somente ele ou até mesmo pegar a estrada sem ninguém. Só ele e as ideias que estão na cabeça dele. Achei bacana! É uma questão bastante interessante de se pensar. Aliás, como vocês já sabem, já fui muitas vezes ao cinema sozinho. 

Todos precisam de um tempo pra si. Acho "gozado" (outra maneira de 
falar “engraçado”), ver todo mundo acompanhado e eu só. Minha liberdade! Eu prezo muito por isso. Se eu te chamar pra ir no cinema comigo, se considere uma pessoa de sorte! É difícil chamar alguém para sair porque tenho uma certa “preguiça”.... !

                              
Já são 23h09, esperando o ônibus sozinho. Poderia chamar meu irmão pra me buscar? Sim, poderia. Mas odeio depender dos outros pra esse tipo de situação. Sair, fazer ele se deslocar e vir me buscar seria a coisa mais patética do mundo! Só em casos extremos e olha lá!
23h12, já no ônibus. Vazio! Ah, não vou mentir que acho estranho e perturbador 
ficar aqui sozinho. Nessa jaula ambulante! Acho bem chata essa questão de todo mundo achar que tem que ficar junto e não pode ir nos lugares sozinho. Caramba, o que vai mudar? Sempre a mesma história: "Tô saindo com minha/meu ficante." Ah, beleza Isso seria questão de status de estar ficando com alguém ou carência? Vai saber! Carência é 
um costume.                                                            
Tô ônibus e parei de escrever um pouco. São 23h18. Caramba! Odeio estar fora de casa essa hora em um domingo. Amanhã é segunda! Queria estar dormindo pra acordar disposto pros meus exercícios rotineiros. Outra palavra engraçada, "rotineiros". Aliás, não me importaria de estar andando até em casa sozinho. Não acho que seria tão  arriscado assim... Claro, com alguém do lado ou uma turma seria melhor.

5 de julho, terça-feira, 10h15. Volto a pegar o celular para escrever esse texto. Tenho muito que acrescentar ainda. Ontem, segunda-feira, nem mexi aqui. Aliás, minto! Acrescentei a tirinha e o texto reflexivo e só. No momento, tô no meu serviço sem nada pra fazer e aproveito para escrever. Tá fluindo a ideia! Claro, com meus fones de ouvido inclusos, nada poderia dar errado! Mas você se pergunta... “Sair sozinho, muitas vezes é solitário e chato?”. Sim e não. São dois lados da mesma moeda que podem ser usados a seu favor ou contra. Depende muito como você vê a situação. Por um lado, você fica mais observador. 

Observa tudo ao seu redor. Se estivesse acompanhado, não prestaria tanta atenção. E também, como já disse no começo, é uma forma de autoconhecimento. Talvez, você até terá histórias pra contar! Talvez, ao estar sozinho, você possa se encontrar e ver quem você realmente é...
Admito e não nego: gosto de companhia e gosto de conversar! Mas, na minha opinião, às vezes é um absurdo tão grande e difícil achar gente pra sair e conversar.   Caramba! Muitas vezes as pessoas querem sair só se tiver cerveja. Claro, não é ruim. Mas eu prefiro um suco! Aliás, se eu tomar um suco e você ficar bebendo enquanto papeamos, você se incomodaria? Para mim, qualquer coisa vale! Basta achar um lugar e conversar. 

 Vale até sentar nas escadas da igreja pra bater um papo. Não ficar 
conversando pelo whatsapp ou pelo chat do Facebook. Sair de casa já tá valendo! Pesem nisso!

Enfim, acho que passei a ideia que queria passar. Mas antes... Vamos fazer o 
seguinte? Depois da campanha de visitar um amigo de surpresa (aliás, já fiz com três, foi bacana!), mandar cartas (mandei para duas pessoas, foi bem bacana e interessante
porque fazia tempo que eu não mandava), agora, te desafio a fazer duas coisas interessantes:

1. Saia sozinho! Isso mesmo, você não leu errado! Tenta fazer isso algum dia. Vá ao cinema sozinho ou qualquer lugar que tenha um aglomerado de pessoas. Tava lendo um blog ontem sobre um cara que fez isso. Ele foi numa rave na praia, sozinho e se divertiu mais do que se tivesse chamado os amigos.  Olha que massa!

2. Outra coisa. Se você é aquela pessoa que costuma sair sozinho pros lugares e tal. Chame alguém que você tem vontade de sair! Sem vergonha, sem medo ou sem preocupações. Pode chamar! Vai que aquela pessoa guarda histórias bacanas...

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