sábado, 23 de julho de 2016

Vou lembrar de você.



Mudei, mudei meu quarto. Tirei meu guardar roupas do quarto, necessitava de uma mudança. Quem não ? Horas bolas. Ganhei espaço nessa área, e agora tenho onde me encostar para escrever. O lugar de escrita será no chão mesmo, mas me falta um tapete legal para concluir o projeto. Certo. Vamos ao que escrevi dessa vez. Estava eu andando pela rua, me veio na mente uma história que li no meu quarto. Um novo livro, novo para mim, mas um livro escrito a muito tempo. -Eu penso: *De acordo com sua evolução, precisão, desejo e/ou pensamento as coisas chegam até você.* Me veio a mente ao caminhar pela rua, uma passagem de tal livro que fala sobre o abraço. O cara fez alguns corações e espalhava eles pela rua, espalhava 10 para as pessoas que passavam por ali, além de corações ele compartilhava abraços. Isso chamou a atenção de um outro amigo, que o sugeriu fazer o mesmo trabalho em um hospital.
Ideia aceita. Foram eles. Logo contagiaram todo o ambiente, médicos, enfermeiras, pacientes e visitantes entraram na brincadeira. Passaram por todos os quartos entregando os corações e abraços Alegria e tudo certo até chegarem no último quarto. Ali estava um cara com problemas de coordenação, não conseguia fazer nenhum movimento, seu rosto estava paralisado, nada ! Nada era movimentado, era alimentado com sonda, seus olhos não transmitiam vida, ali sentado, vendo o tempo passar sem expressar, sem correr, sem andar, sem abraçar, e ganhar um coração, digamos que não era familiar para ele. O carinha dos corações desistiu, ele começou a criar em sua mente pensamentos de que não conseguiria chegar, abraçar e entregar um coração para uma pessoa neste estado vegetativo. Pois bem, seu amigo lhe disse que ele não era assim, que desde quando o conhece e tem acompanhado a ideia de seus abraços e corações, ele jamais havia negado entrega-los a alguém, nunca escolheu a pessoa para dar um abraço e entregar o coração. Lá ele foi, reforçou o pensamento, e foi até Silvio (o cara na maca), entregar o abraço e lhe dar o coração. Logo depois de abraçar ouviu um baralho que o cara fez com a boca, parecia que ele queria gritar, que tava totalmente repudiando a situação de alguém chegar perto dele, quem dirá receber um abraço de um desconhecido. Ao se virar para os médicos e todos os outros no quarto, nosso amigo dos abraços e corações se depara com lagrimas escorrendo, com soluços e sorrisos que não se continham na face dos ali presentes. Ele pergunta - qual o motivo de estarem assim ? Uma medica com foz tranquila serena, e com lagrimas nos olhos lhe diz o motivo: - Silvo esta no hospital há mais de 25 anos, e jamais vimos ele sorrir como sorriu após receber seu abraço. ------------ Como iniciei o texto .. Estava eu andando pela rua, me veio na mente uma história que li no meu quarto. Um novo livro, novo para mim, mas um livro escrito a muito tempo. Lembrei de abraço, abraço é bom. Não sei se aconteceu com você, mas quando me lembrei de abraço, minha mente puxou o ultimo abraço que dei e que ganhei. Interessante pensar nisso, pois o funcionamento da memória é assim. Alguns tem memória fotográfica, outros preferem ouvir, ou escrever para memorizar. Escrever é uma das melhores formas de se guardar algo na memória, por isso estou escrevendo aqui no blog sobre um livro, tanto para fixar o aprendizado quanto para propagar a ideia que parece ser legal. Aprendi o seguinte : A memória que mais será fixada na mente, no cérebro ou seja lá onde for o HD do ser humano, será aquela que tiver todos os sentidos envolvidos, vamos a eles: visão, olfato, paladar, audição e tato. Quanto mais deles estiverem presentes na situação, a chance é maior de fixar a memória na sua cabeça. Lembra de um capote de bicicleta ? Você sentiu uma dor forte do impacto no chão (tato), você lembra da imagem de como você caiu (visão), o barulho que fez com a pancada (audição), alguns devem sentir cheiro de minério, ou gosto da terra que capotou. Essa lembrança ficará guardada para sempre, principalmente se vier junto uma cicatriz, certo ? Ta fixado, temos uma boa memória, fato! Sentir o cheiro, o gosto da boca, o toque do abraço apertado, as palavras que saem dos lábios e deslisam pelos ouvidos, os loucos que aparecem por perto, os velhos, as crianças, os suicidas e os animais. Pássaro, coruja, formiga ou qualquer outro, contribuem diretamente para fixar a sua e a minha memória do que passamos na situação. Por isso digamos que Vou lembrar de você.

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